Com a reeleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, muitos setores esperam uma série de mudanças regulatórias que podem impulsionar a atividade de fusões e aquisições (M&A) no mercado global. A expectativa é de que o segundo mandato de Trump traga uma desregulamentação significativa, principalmente em áreas como mídia e entretenimento, e um ambiente mais favorável para a consolidação de empresas, especialmente aquelas impactadas pela regulação governamental. Isso, certamente, pode criar uma onda de novas oportunidades de M&A para 2025.
Com o novo governo, espera-se uma troca de líderes em diversas agências reguladoras chave, como a Federal Trade Commission (FTC) e o Departamento de Justiça dos EUA. Durante o governo Biden, houve uma postura mais agressiva contra fusões e aquisições em grandes empresas, com ênfase no combate a práticas monopolistas, especialmente nas indústrias de tecnologia. Contudo, com Trump assumindo novamente a presidência, as políticas de regulação tendem a ser mais flexíveis, criando um ambiente mais propício para fusões e aquisições, com a redução de barreiras regulatórias e um foco maior em estimular o crescimento econômico por meio da consolidação.
Lucinda Guthrie, chefe da Mergermarket, mencionou que 2025 pode ser um “ano de sucesso” para fusões e aquisições, especialmente em indústrias afetadas por incertezas regulatórias, onde a flexibilização das regras pode abrir uma janela de oportunidades para empresas que buscam crescimento estratégico.
A indústria de mídia e entretenimento deve ser uma das mais impactadas por essas mudanças. Grandes empresas como Warner Bros. Discovery e Comcast estão ativamente explorando fusões e aquisições para aumentar sua escala e superar os desafios financeiros. A Warner Bros. Discovery, por exemplo, já declarou que será “oportunista” nas próximas movimentações de M&A, prevendo um aumento nas oportunidades de fusões devido à pressão financeira enfrentada por muitas empresas no setor.
O CEO da Warner Bros. Discovery, David Zaslav, também mencionou que o cenário de M&A nos próximos anos será favorecido pela condição financeira de muitas empresas, que podem estar dispostas a vender ou se fundir, devido a dificuldades internas. As mudanças regulatórias sob um governo Trump devem acelerar esse movimento.
Embora as mudanças esperadas nos Estados Unidos impactem diretamente o mercado global, incluindo o Brasil, o efeito será mais indireto, especialmente para empresas que têm atuação internacional ou estão envolvidas em transações com empresas americanas. O cenário de maior desregulamentação nos EUA pode aumentar o apetite por fusões e aquisições em diversos setores, o que, por sua vez, pode gerar um efeito “contágio” no Brasil.
As empresas brasileiras podem se beneficiar de um mercado global mais dinâmico e com maior atividade em M&A, já que um cenário mais favorável nos EUA pode incentivar investidores a buscarem novas oportunidades em mercados emergentes, como o Brasil. Além disso, o alinhamento da política econômica e tributária dos EUA, como a redução de impostos corporativos, pode gerar mais recursos para investimentos, impactando positivamente as empresas brasileiras que buscam parcerias ou investimentos externos.
Por outro lado, a promessa de Trump de adotar uma postura mais protecionista em relação à China, com a imposição de tarifas, pode gerar volatilidade no mercado global, o que pode afetar algumas áreas do mercado brasileiro, principalmente nos setores de comércio exterior e exportação. No entanto, o aumento da atividade de fusões e aquisições pode compensar esses impactos, criando novas oportunidades de crescimento e expansão para as empresas no Brasil.
Com o retorno de Donald Trump à presidência, 2025 tem grande potencial para ser um ano de intensa atividade no mercado de fusões e aquisições, especialmente nas indústrias impactadas por regulações mais rígidas. A desregulamentação prevista para os EUA pode impulsionar o mercado global de M&A, criando oportunidades tanto para empresas americanas quanto para aquelas com presença internacional, como no Brasil.
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